“O que ficou claro é que seguro agrícola não é para amador” . Assim respondeu a CEO da AgroBrasil, Braço Agrícola da ESSOR Seguros,  Laura Emília Dias Neves.

Confira na íntegra a visão da CEO quando foi entrevistada pelo Jornal O Valor Econômico.

A quebra ocorrida na safra 2021/22 solidificou a necessidade de uma estrutura robusta, técnica e financeira para suportar os produtores rurais brasileiros. A necessidade recorde histórica de vistorias nas lavouras colocou em xeque a estrutura técnica de campo e operacional de backoffice de operações de seguros, no Brasil.  Por outro lado, na Agrobrasil, braço agrícola da seguradora Essor, a capacidade operacional instalada atendeu prontamente todo o mercado em que atua, em onze estados brasileiros. Perto   de 100 mil vistorias nas duas últimas safras é uma prova de fogo para todo planejamento e estrutura consolidada ao longo de 25 safras, ininterruptas, sem nunca abandonar o campo.

Diante deste cenário, como qualquer outro ramo, um evento de sinistro sistêmico impacta diretamente no prêmio de seguro. Gera a necessidade de reequilíbrio de preços, e desenvolvimento de novas soluções para contínuo desenvolvimento da operação. A realidade dos produtores é heterogênea entre as regiões, bem como esses movimentos. O diferencial que, com a experiência e robustez das nossas operações, sempre vamos  a campo  já dimensionando  um evento catástrofe.

Quem quiser operar no mercado tem que ter esta visão. Não pode deixar de vistoriar, tem que visitar o campo, o cliente produtor rural sabe o que aconteceu e a seguradora tem que estar do lado do produtor. A AgroBrasil é o braço agrícola da ESSOR Seguros, é este braço especializado que faz toda diferença, atendemos as demandas de regulação, suporte, e a grande maioria dos clientes não teve um só dano,  teve seca e também excesso de chuva na mesma safra, geada, granizo etc.. Atendimento em tempo recorde porque estava tudo dimensionado. O trabalho triplicou e a operação suportou. Com a catástrofe da sinistralidade, consequentemente quem paga a conta, os resseguradores, ficaram cautelosos,  e comprar capacidade de resseguros lá fora ficou cara,  quando não se consegue equilibrar a receita com a despesa,   gera apreensão e muda o olhar com campo. Momento de procurar empresas robustas que tenham  capacidade operacional e financeira. Quando o mercado de resseguros entra em modo “hard” se exige  um novo ponto de equilibro para manter a operação saudável.

Temos que procurar  novos desenhos de produtos, inovar, dimensionar, achar o equilíbrio que impacta no sinistro do produtor. Comparar com seguro de automóvel com vários níveis de franquia, ou seja, a franquia tem impacto diferente para  cada realidade de cliente. Agregar riscos ou desagregar riscos. Isso reforça que em cada região, cada modo de produção e condução de lavoura exige que as seguradoras desenhem  um modelo de apólice diferente para cada realidade e isso muda a cada safra, pois estamos falando de lavouras que vão se aperfeiçoando. Portanto, nem imaginar tratar seguro agrícola no Brasil de forma única ou  desenhar uma só solução de apólice para o campo.

E o seguro tem que refletir isso. Nós capacitamos engenheiros agrônomos todas as safras para ter um olhar diferente no campo. Sempre trazendo soluções que reflitam a realidade do produtor em cada região.

Ainda temos a grande incerteza em cada safra sobre os recursos do PSR o que dificulta o planejamento do produtor. Precisamos que se confirme para o ano que vem recursos do PSR na ordem de R$ 2,2 bilhões de reais para garantir seguro rural para safra brasileira que salva o PIB.

Esse cenário demandará, além da participação do governo federal, a inserção urgente de governos municipais e estaduais nas pautas de apoio ao produtor no prêmio do seguro agrícola, tendo em vista o peso que o agronegócio tem nas suas economias regionais. Já estamos vivendo e trabalhando na safra 2022/2023.

Assessoria de Comunicação AgroBrasil.

Questões feitas pelo Jornal “O Valor”.