Entrevista com Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial, sobre queimadas na Amazônia — especial para o Notícias Agrícolas

“A atenção do ambientalismo mundial sobre a Amazônia, preocupado com as queimadas, deveria ser aproveitada como uma oportunidade, pelo Governo brasileiro, como forma de obter parcerias financeiras para mudar o hábito de pequenos (e pobres) lavradores que vivem no bioma Amazônia, e que ainda usam o fogo como prática agrícola”.

Essa é a posição do doutor em ecologia, Evaristo Eduardo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial, rebatendo (e enfrentando com esclarecimentos) a campanha internacional desenvolvida contra o Agro Brasileiro e contra o atual Governo que, estariam, na visão de ativistas ambientais (amplificada por certos setores da Mídia brasileira), estimulando o aumento de queimadas no bioma Amazônia.

O dr. Evaristo rebate e esclarece: “Há diferenças entre queimadas, incêndios em florestas e focos de calor. O fato é que, no tocante às queimadas, reduzimos em 16% o numero de ocorrências; outro dado: quem se utiliza ainda dessa prática de agricultura são 5% de um total de meio milhão de pequenos lavradores (pobres) que vivem dentro do bioma e ainda recorrem à essa tecnologia rudimentar de agricultura. Essa prática precisa ser modificada, mas para isso precisamos de dinheiro, de investimentos. Quem sabe – esses que se mostram preocupados com os destinos da Amazônia – possam nos ajudar?”.

Nesta entrevista ao Notícias Agrícolas, o chefe-geral da Embrapa Territorial aponta a solução: Apoiar e aprovar a MP da Regularização Fundiária, que sofreu campanha criminosa durante a tramitação no Congresso e acabou derrotada. 

— “Com a Regularização Fundiária, poderemos titular a terra e identificar o responsável pela propriedade; com isso teremos condições de levar a ajuda do Estado à essa população, promovendo a inclusão deles na agricultura moderna e, em casos de desvios, responsabiliza-los. E, passo seguinte, conseguiríamos a regularização ambiental também naquela parte do País”.

Evarista de Miranda encerra dizendo que “falta solidariedade” à agentes da sociedade que não se preocupam verdadeiramente com o destino dos agricultores pobres do Brasil.

Fonte: Notícias Agrícolas.