O equilíbrio nas contas dos produtores de arroz do Rio Grande do Sul passa cada vez mais pela rotação de culturas, especialmente com a soja. Mesmo no ciclo 2020/2021, quando o preço do arroz atingiu recorde nos valores pagos ao produtor, é a oleaginosa um grande recurso financeiro nesta temporada.

De acordo com dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), além dos 944 mil hectares semeados com arroz no ano passado, uma área de 366 mil hectares foi destinada à soja em regiões tradicionais dedicadas à orizicultura no Estado. A diversificação, estimulada pelo instituto, também é uma ferramenta importante para o agricultor na hora da comercialização.

“Com as boas cotações da soja, recomento que o produtor inclusive jogue com o grão em alguns momentos para segurar a venda do arroz quando houver queda nos preços, o que normalmente ocorre ao longo da colheita. Assim ele não fica descapitalizado e pode esperar a retomada de valores e comercializar em momento oportuno”, diz o diretor comercial do Irga, João Batista Gomes.

Ainda que semear soja e colher com boa produtividade seja um desafio aos orizicultores, dada características diferenciadas de solo, irrigação, drenagem e manejo, o Irga assegura que mesmo regiões mais “inóspitas” ao grão, como a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, vem avançando nos volumes colhidos por hectare. Ricardo Kroeff, diretor técnico do Irga, explica que na soja, assim como no milho, é necessário um domínio muito maior sobre a água do que no arroz, destaca o técnico do Irga

“ É um desafio, mas temos melhorado bastante. A Planície Costeira Externa do Estado é que mais aumenta área de soja, e onde tem algumas das maiores produtividades também, mas o contrário ocorre no arroz”, explica Kroeff.

Ivan Bonetti , presidente do Irga, destaca que ainda assim a diversificação é fundamental para o setor, seja com soja, milho ou pecuária. Ampliar a área com milho em tradicionais regiões produtoras de arroz, com na Metade Sul, é uma das prioridades do instituto para 2021.

Fonte jornal do comercio