O Brasil poderá colher 278,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21, o que representa aumento de 8%, segundo cálculos estatísticos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse volume representa a produção de 15 grãos, sendo que milho, soja, algodão, arroz e feijão participam com 95% do total.

Os dados constam das Perspectivas para a Agropecuária Safra 2020/21 – Edição Grãos, divulgadas nesta terça-feira 25 pela companhia. Os cálculos foram feitos com base em inúmeros dados de campo, previsões climáticas e imagens de satélites.

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou da live de apresentação dos dados. Ela ressaltou que os resultados são fruto do esforço do setor produtivo e de investimentos do governo para ampliar os recursos financeiros, facilitar o acesso a novos produtos, principalmente na linha dos bioinsumos, diminuir entraves burocráticos e disponibilizar informação de qualidade para todo o setor.

“A agricultura brasileira está produzindo como nunca. Os investimentos nos laboratórios e em tecnologias que elevam a produtividade são rapidamente absorvidos pelos produtores e os resultados são o aumento de alimentos para todos. Não só para a população brasileira, mas também para as exportações, para que o Brasil continue sendo o grande supridor de alimentos do mundo”, disse.

Tereza Cristina enfatizou que o Mapa vai continuar trabalhando para que o próximo Plano Safra seja tão bom como foi o deste ano, com mais garantias de estimativas e cenários antecipados. “Acho que o agro tem todos os motivos para continuar tendo o sucesso que tivemos nos últimos dois anos.”

Soja e milho

A safra de soja é prevista pela Conab em 133,5 milhões de toneladas, e a de milho, em 112,9 milhões de t no próximo ano. A projeção de aumento da colheita da soja decorre da expectativa de melhor produtividade, que pode chegar a 3.526 quilos por hectare e também da ampliação na área, estimada em 3% – atingiria 37,86 milhões de hectares. O avanço do grão ocorre principalmente em áreas de pastos degradados, de renovação de cana-de-açúcar e há casos de troca de cultura.

O aumento de área para produção de milho é estimado em 7%, chegando a 19,78 milhões de hectares nas três safras – em 2019/20, a primeira safra produziu 23% do total, a segunda contribuiu com 74% e a incipiente terceira safra, com 3%. A produtividade média pode melhorar 3%, segundo a Conab, indo para 5.709 kg/ha.

A previsão da Conab é de que as exportações brasileiras de soja aumentem 5,8%, indo para 86,79 milhões de toneladas. As de milho são estimadas em 39 milhões de toneladas, crescimento de 13%.

“Mais grãos saindo do nosso campo requer também mais mercados. Uma das prioridades do Mapa da minha gestão é a abertura de um número maior de mercados e a diversificação de produtos na pauta de exportações”, disse Tereza Cristina.

Outros grãos

A Conab estima que a área cultivada de arroz aumente em 12% em 2020/21. A produtividade, no entanto, deve ter queda de 4%, o que resultaria em colheita de 11,98 milhões de toneladas. O ritmo de exportação e importação, segundo a Conab, deve permanecer estável. Já o consumo interno poderá aumentar em 5,1% em relação ao da atual safra, podendo atingir 10,8 milhões de toneladas.

“O arroz está diariamente no prato dos brasileiros, ainda mais nesta fase em que as famílias aumentaram o consumo dentro da própria casa. Ficamos contentes com esta resposta do setor produtivo”, comentou a ministra.

No caso do feijão, a Conab estima que produtores venham a colher 3,040 milhões de toneladas em 2020/21. A área total, por enquanto, é considerada estável, em 2.920,7 mil hectares.

O prognóstico da Conab para o algodão é de redução de 11% da área e de 2% da produtividade na safra 2020/21. A colheita se limitaria a 2,555 milhões de toneladas de pluma, queda de 12%. A ministra disse que, na safra que se encerra, o Brasil bateu recorde de exportação de algodão em pluma e, nesta próxima safra, deve exportar quase 20% a mais que o recorde anterior. “Só quem é muito competitivo consegue um feito deste. A cotonicultura do Brasil é realmente muito produtiva e muito competitiva.”

Ao final da live, a ministra Tereza Cristina também destacou que hoje o Brasil não enfrenta problemas de abastecimento de alimentos. “Por isso, é importante a previsão, a antecipação do cenário. Se tivermos alguma dúvida de que podemos ter algum problema, temos instrumentos para abastecer o nosso mercado. Então, quero deixar todos muito tranquilos, porque, desde o início da pandemia, venho assegurando que Brasil não tem nenhum motivo para ter qualquer tipo de pânico. O abastecimento é nossa obrigação, porque traz a tranquilidade e a paz para a população poder ir ao mercado e ver as prateleiras abastecidas.”

Clique aqui para ler a íntegra do estudo da Conab

*Do Mapa, com informações da Conab

FONTE- Site- AgroEmdia